
Nesta cena da Crucificação, Cristo está parcialmente tapado por um dos ladrões e por Maria Madalena, que se encontra junto à base da cruz, obrigando-nos a concentrarmo-nos em alternativa, na sinistra natureza-morta com garrafas de vinagre, martelo e pregos, em primeiro plano. Esta focagem da atenção noutros elementos que não Cristo foi considerada radical na época em questão, provocando uma forte reacção da igreja. A obra foi também vista como uma critica implícita ao regime de Mussolini, na Itália. Trata-se de um quadro típico dos realistas socialistas, um grupo de artistas que procuravam criar uma arte política que fosse simultaneamente moderna e acessível ao comum das pessoas. Guttuso foi líder do movimento e na sua obra combinou aspectos do Cubismo, tais como o esquema de cor não naturalista e a distorção da anatomia, com um realismo descritivo. Em finais dos anos 30 e inícios dos anos 40 foi membro do Partido Comunista, que era clandestino na Itália fascista.
Gleizes, Howson, Nitsch, Picasso, Rego
Renato Guttuso. n Bagheria (ITA), 1912. m Roma (ITA), 1987.
A Crucificação. 1941. Óleo sobre tela. alt200xlarg200 cm. Galleria Nazionale d'Arte Moderna e Contemporânea, Roma
O LIVRO DA ARTE SÉCULO XX
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